quarta-feira, 27 de junho de 2012

O grito da fotografia potiguar


Foto:Fábio Cortez

Por Sérgio Vilar

"Imagem é tudo". A frase virou quase aforismo. E antes valorizasse o segmento da fotografia. E produtores fotográficos nem querem "tudo" com suas imagens. Um movimento nacional já com braços articulados em Natal reivindica apenas uma cota específica na hora da divisão do bolo do orçamento destinado à cultura. Depois da criação das redes potiguares de música, e da formação das redes de teatro e cinema, fotógrafos têm se articulado em torno da Rede Poti de Fotografia - uma espécie de braço da Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil. A intenção é acompanhar a tendência nacional de independência do setor nos meandros culturais.
"Não há política pública específica para a fotografia. O orçamento federal é destinado ao audiovisual. E neste bojo está o cinema, as artes plásticas, o grafite, a performance, o hip hop, a moda e também a fotografia. Só o cinema abocanha 85% dos recursos. Praticamente nada sobra pra gente", lamentou o presidente da Aphoto, Alex Gurgel.
A Associação Potiguar de Fotografia é a única entidade em defesa do segmento no Rio Grande do Norte. Possui 120 associados em dia. Entre eles, profissionais renomados, a exemplo de Marcelo Buainain, Adrovando Claro, Pablo Pinheiro, Ricardo Junqueira e outros, além de milhares de simpatizantes cadastrados em suas redes sociais.
Alex Gurgel tem feito campanha para que fotógrafos potiguares tomem a iniciativa de ingressar nos conselhos e câmaras setoriais da cultura para defender mais espaço à categoria. "É claro que o conselheiro que é músico olhará com melhores olhos projetos musicais. O cineasta com o cinema. O poeta com a literatura. Precisamos de fotógrafos nesses campos para termos vez e voz", sugeriu.
Um dos setores importantes neste quesito já pode ser pleiteado. Basta o fotógrafo entrar no site do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br/setoriais) e se cadastrar para a seleção de delegados estaduais para representar o Rio Grande do Norte no Conselho Nacional de Produtores Culturais da categoria. O RioGrande do Norte já possui 30 cadastrados, atrás apenas de São Paulo, com 32.
"A fotografia é a mãe do cinema e prima mais velha das artes plásticas, da pintura. É o segundo produto mais consumido do mundo, dizem especialistas. O primeiro é o sexo, que usa até fotografia para promoção. É um segmento cultural que irá completar 200 anos. Merecemos mais atenção. Queremos um Salão da Fotografia, e não concorrer junto com esculturas e todo tipo de pinturas no Salão de Artes Visuais. Ou na disponibilidade dos recursos públicos, concorrer com o audiovisual. Fotografia não tem som", reclama Alex Gurgel.

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