quinta-feira, 28 de junho de 2012

O cotidiano potiguar através das lentes de Canindé Soares


Foto:Thaisa Mendonça

Por Thaisa Mendonça/Agência Fotec

O fotógrafo potiguar Canindé Soares nascido na cidade de São Bento do Trairi, porém cidadão natalense de fato e de direito, trabalha com fotografia há três décadas. Atualmente desenvolve suas atividades como freelance e utiliza o blog e as mídias sociais como principal meio de divulgação de suas produções. Nossa conversa se deu no lugar onde o encontramos com mais frequência: as ruas. Na tarde de uma sexta feira movimentada no centro da cidade, suas lentes chamavam a atenção. Em meio ao bate papo, uma senhora nos interrompe "Leio seu blog, gosto muito do seu trabalho". Este é Canindé Soares, o fotógrafo que não gosta de ser fotografado.
1-Canindé Soares, quando você começou a gostar e se envolver com a fotografia?
Final da década de 1970. Trabalhando na entrega de fotos da colação de grau, feitas pelos fotógrafos, Fred Galvão, Lauro Maranhão e Rildécio Medeiros. Naquela época a produção era grande, de fotos em preto e branco e eles tinham que contratar alguém para fazer a entrega.
2-Houve alguma grande dificuldade no começo?
Muita, principalmente por não ter curso na cidade e publicações especializadas como hoje, uma época que a internet não existia nem em sonho. Quando comecei a única e exclusiva referência era uma revista mensal chamada Iris Foto.
Foto:Thaisa Mendonça

3-No início da sua carreira existiu algum fotógrafo no qual você se inspirou?
No início a inspiração com certeza eram as fotos publicadas na Iris Foto, de fotógrafos famosos, mas... depois de um certo tempo já praticamente uma década depois conheci o paisagismo turístico do mestre potiguar Giovani Sérgio que, sem dúvida alguma, foi minha grande inspiração neste segmento.
4-O que você considera mais importante para conseguir uma boa foto: talento, bom equipamento ou sorte?
São inúmeros fatores... O primeiro é gostar... Se não gostar jamais conseguirá fazer algo de excelência... depois é buscar boas referências, conhecimento e praticar.
5-Muitos profissionais da área da Comunicação acreditam que o fotojornalista ainda é desvalorizado em relação ao repórter de texto. Fale-nos sua opinião a respeito.
Mas é verdade... Hoje bem menos. Mais isso é pelo fato do repórter-fotográfico de modo geral não ter uma formação acadêmica nesta área específica. Até porque ainda não existe.
6-Quais os prós e os contras em relação à fotografia digital?
Para mim e no Jornalismo principalmente só existem prós... Nem quero lembrar que o filme existiu... Processo lento e sofrível.
7-Você é proprietário da Agência Brasil de Fotojornalismo. Quando e com qual finalidade ela foi criada?
A agência foi criada na década passada com o intuito de unir um grupo de fotógrafos para produzir notícias, o objetivo era gerar conteúdo de informação, para assessorias de imprensa. Material totalmente pago, liberado para uso. Hoje a agência não existe mais, porém continuo fazendo isso no blog.
Foto:Thaisa Mendonça

8-A profissão de fotojornalista envolve riscos, já que o trabalho é feito principalmente nas ruas. Você poderia comentar sobre alguma situação inusitada que ocorreu enquanto você trabalhava?
Fui agredido fisicamente e meu equipamento apreendido por policiais, quando fotografava uma caminhada dos sem terras e esse policiais chegaram batendo em todo mundo... Logicamente esse filme com essas fotos tomou um rumo até hoje desconhecido (risos).
9-Qual é o maior desafio enfrentado pelo fotojornalista nos dias atuais?
Talvez conseguir boas notícias numa cidade tão pequena como a nossa, mas o maior mesmo é ser remunerado de uma forma justa, principalmente para poder conseguir bons equipamentos.

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