Foto:Thaisa Mendonça |
Por Thaisa Mendonça/Agência Fotec
O fotógrafo potiguar Canindé Soares nascido na cidade de São
Bento do Trairi, porém cidadão natalense de fato e de direito, trabalha com
fotografia há três décadas. Atualmente desenvolve suas atividades como
freelance e utiliza o blog e as mídias sociais como principal meio de
divulgação de suas produções. Nossa conversa se deu no lugar onde o encontramos
com mais frequência: as ruas. Na tarde de uma sexta feira movimentada no centro
da cidade, suas lentes chamavam a atenção. Em meio ao bate papo, uma senhora
nos interrompe "Leio seu blog, gosto muito do seu trabalho". Este é
Canindé Soares, o fotógrafo que não gosta de ser fotografado.
1-Canindé Soares, quando você começou a gostar e se envolver
com a fotografia?
Final da década de 1970. Trabalhando na entrega de fotos da
colação de grau, feitas pelos fotógrafos, Fred Galvão, Lauro Maranhão e
Rildécio Medeiros. Naquela época a produção era grande, de fotos em preto e
branco e eles tinham que contratar alguém para fazer a entrega.
2-Houve alguma grande dificuldade no começo?
Muita, principalmente por não ter curso na cidade e
publicações especializadas como hoje, uma época que a internet não existia nem
em sonho. Quando comecei a única e exclusiva referência era uma revista mensal
chamada Iris Foto.
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3-No início da sua carreira existiu algum fotógrafo no qual
você se inspirou?
No início a inspiração com certeza eram as fotos publicadas
na Iris Foto, de fotógrafos famosos, mas... depois de um certo tempo já
praticamente uma década depois conheci o paisagismo turístico do mestre
potiguar Giovani Sérgio que, sem dúvida alguma, foi minha grande inspiração
neste segmento.
4-O que você considera mais importante para conseguir uma
boa foto: talento, bom equipamento ou sorte?
São inúmeros fatores... O primeiro é gostar... Se não gostar
jamais conseguirá fazer algo de excelência... depois é buscar boas referências,
conhecimento e praticar.
5-Muitos profissionais da área da Comunicação acreditam que
o fotojornalista ainda é desvalorizado em relação ao repórter de texto.
Fale-nos sua opinião a respeito.
Mas é verdade... Hoje bem menos. Mais isso é pelo fato do
repórter-fotográfico de modo geral não ter uma formação acadêmica nesta área
específica. Até porque ainda não existe.
6-Quais os prós e os contras em relação à fotografia
digital?
Para mim e no Jornalismo principalmente só existem prós...
Nem quero lembrar que o filme existiu... Processo lento e sofrível.
7-Você é proprietário da Agência Brasil de Fotojornalismo.
Quando e com qual finalidade ela foi criada?
A agência foi criada na década passada com o intuito de unir
um grupo de fotógrafos para produzir notícias, o objetivo era gerar conteúdo de
informação, para assessorias de imprensa. Material totalmente pago, liberado
para uso. Hoje a agência não existe mais, porém continuo fazendo isso no blog.
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8-A profissão de fotojornalista envolve riscos, já que o
trabalho é feito principalmente nas ruas. Você poderia comentar sobre alguma
situação inusitada que ocorreu enquanto você trabalhava?
Fui agredido fisicamente e meu equipamento apreendido por
policiais, quando fotografava uma caminhada dos sem terras e esse policiais
chegaram batendo em todo mundo... Logicamente esse filme com essas fotos tomou
um rumo até hoje desconhecido (risos).
9-Qual é o maior desafio enfrentado pelo fotojornalista nos
dias atuais?
Talvez conseguir boas notícias numa cidade tão pequena como
a nossa, mas o maior mesmo é ser remunerado de uma forma justa, principalmente
para poder conseguir bons equipamentos.
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