sábado, 27 de agosto de 2011

Sonho real


Foto:Jonne Roriz
                             
                             Ainda é um mistério. Muito se discute sobre o real significado das imagens que passam por nossa mente durante o sono. Há quem não se lembre de quase nada. Outros acreditam enxergar com mais clareza nos sonhos. O fotógrafo Jonne Roriz sabe muito bem o que se passa em seu inconsciente e consegue levar tais imagens projetadas por sua mente adormecida para a lente de sua máquina. “Tenho várias idéias sonhando. Deixo um bloquinho do lado da cama, acordo de madrugada e escrevo, desenho o que estou pensando”, diz. Roriz garante que, em alguns casos, a imagem de seu devaneio noturno realmente virou fotografia. Unindo o sonho à realidade, Roriz construiu uma sólida carreira em fotojornalismo. Recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, atuou como freelancer em jornais, revistas, agências internacionais de notícias e é fotógrafo do jornal O Estado de S. Paulo há 10 anos.
Foto:Jonne Roriz

                             Jonne Roriz iniciou sua carreira ainda em Salvador, sua cidade natal. Com dois tios fotógrafos, e o apoio dos pais, cresceu em meio as imagens. Aos 15 anos, Roriz perdeu um de seus tios, de quem herdou o laboratório fotográfico. “Coloquei a fotografia no meu dia a dia”, lembra. Mas o primeiro contato com a câmera veio anos antes durante uma viagem de férias. Ainda sem muito jeito e sem noção alguma de como ficariam as fotos, voltou de viagem com belos registros que deram o start para a sua vocação. Buscou cursos na área e se esforçou para manter contato diário com fotografias. Até seu tempo livre era dedicado às imagens. “Trabalhava no jornal A Tarde de manhã, em uma agência à tarde, e à noite fazia frilas. Tinha pouca grana, e com o que tinha comprava todos os jornais de domingo e me nutria de imagens”, conta.
Foto:Jonne Roriz

                             Reconhecido pelo trabalho em esportes, na última década cobriu dois jogos Pan-Americanos, duas Copas do Mundo e dois Jogos Olímpicos, além de ter atuado em Grande Prêmio de Fórmula 1, mundiais de natação e atletismo. Mas, além do esporte, Roriz mostra facetas de um fotógrafo que gosta de desafios e não se restringe a temas. De política a coberturas de terremotos – Haiti e Chile -, passando pela temática agrícola, Roriz empresta seu olhar para contar uma história, sempre por meio da linguagem que domina. “Tudo que faço é baseado na fotografia. Estou sempre produzindo, pensando em algo fotográfico. Respiro fotografia, é meu dia a dia e não me incomodo, faço com prazer”, diz. E continua se aperfeiçoando. “Ainda estou aprendendo o que é uma boa fotografia jornalística”, completa Roriz. Assim, quem sabe um dia, pode conseguir fazer todas as fotos dos seus sonhos.
Foto:Jonne Roriz

Foto:Jonne Roriz


domingo, 21 de agosto de 2011

Exposição do piscinão de Ramos


Foto:Julio Bittencourt
                        
                        Construído em 2001, o Piscinão de Ramos, piscina artificial de água salgada do Rio de Janeiro, ganhou fama nacional ao ser um dos cenários da novela "O Clone", de Gloria Perez, veiculada na mesma época. Dez anos depois, o lago de 26.414 metros quadrados situado na zona norte carioca é exportado para Nova York pelas lentes do fotógrafo Julio Bittencourt, que já teve fotos publicadas em revistas como Esquire, Geo e Stern, e nos jornais Le Monde e The Guardian.
Foto:Julio Bittencourt

                        Intitulada “Ramos”, a exposição é o trabalho mais recente do fotógrafo e vai mostrar um pouco de quem frequenta esse lugar circundado por 15 favelas e que já recebeu 60.000 pessoas em um final de semana.
Foto:Julio Bittencourt

                        As imagens serão expostas na 1500 Gallery, especializada em fotografia brasileira, de 21 de setembro de 2011 a 28 de janeiro de 2012. A mostra contará com cinco fotos, um políptico (painel composto por várias imagens) de seis fotos e um vídeo em stop-motion com as imagens tiradas por Bittencourt. A exposição foi destaque na seção LightBox da Time.

Bater bola em shopping?Só se for virtualmente

Foto:Leandro Cunha

sábado, 20 de agosto de 2011

História:Fotografia surgiu de descobertas científicas


Antes da tecnologia digital,arte fotográfica dependia da Química
                       
                       Vivemos uma época em que a difusão da fotografia é praticamente instantânea, está sempre ao alcance das mãos e a publicação, online ou impressa, pode ser praticamente simultanêa. A fotografia faz parte do cotidiano da maioria das pessoas, e é bastante popularizada e massiva, principalmente com a difusão democrática de máquinas digitais e celulares com câmeras. Mas você sabia que as primeiras experiências fotográficas, na verdade, experimentos químicos, datam de séculos atrás? Você conhece os equipamentos analógicos que necessitavam de revelação e, portanto, tornavam impossível ver como uma foto ficou na hora do clique? 
Desde os tempos do filósofo grego Aristóteles se utiliza a produção de imagens pela passagem da luz através de um pequeno orifício baseada nos princípios básicos da óptica e da química.


O principio científico da fotografia parte de uma conjunção de diversas descobertas científicas. Atribui-se a ao filósofo Aristóteles (384-332 a.C.) a invensão de uma câmara (caixa) abafada da luz que permitia a visualização de sem prejudicar os olhos, graças a um pequeno furo que projetava pela fresta imagens em seu interior. A nitidez da imagem formada variava de acordo com o tamanho do furo: quanto menor, mais definida. Em contra-partida, havia o escurecimento da imagem formada, pois um furo menor permite passar menos luz.
Para observar um eclipse solar, o árabe Alhazen, no século 10, formatou uma câmara obscura: um quarto às escuras, com um pequeno buraco. Portátil, a partir do século 12, a câmara obscura foi usada por pintores no esboço de suas obras.


Por séculos seguiu-se experimentando o equilíbrio do uso da câmara escura. Na época da Renascença, uma lente foi colocada num pequeno orifício e obteu-se uma melhor qualidade da imagem. Também foi introduzido o diafragma (para variar o tamanho do furo usado com as lentes.A câmara obscura tornou-se cada vez menor, até poder ser levada a qualquer lugar, como um objeto portátil. O aperfeiçoamento permitia as imagens fossem refletidas num papel, o que serviu para que diversos artistas esboçassem obras de desenho e pintura, mas ainda era desconhecido como "gravar" tais projeções na superfície.
Químicos verificaram empiricamente que compostos de prata reagem à luz. Thomas Wedgwood foi o primeiro a usar o nitrato de prata juntamente com a câmara escura para fixar imagens em couro.


                        Assim entrou em jogo o auxílio da química. Principalmente em ações experimentais, químicos perceberam que alguns compostos de prata reagem à luz. Em 1725, Johan Heinrich Schulze, um professor de medicina na Alemanha e no início do século 19 com Thomas Wedgwook, obteve-se silhuetas fixas em negativo, mas a luz ainda escurecer as imagens.
Primeira fotografia
Joseph Nicéphore Niépce, usando uma placa de estanho com betume branco e a deixando por oito horas numa câmara escura voltada para o quintal de sua casa conseguiu registrar a primeira foto de fato num processo chamado de "heliografia", pois usava a luz solar.
                        Joseph Nicéphore Niépce, 1826, deixou por oito horas uma câmara escura voltada para o quintal de sua casa e usou uma placa de estanho com betume branco para "queimar" a revelação, surgia assim, de fato, a primeira fotografia. 
Em 7 de janeiro de 1839, Daguerre cria o processo que originava as fotografias ou daguerreótipos. Os fotógrafos e suas câmeras fotográficas (caixas) começavam a registrar suas imagens ainda em preto e branco.

                        Após sua morte, seu sócio Louis Jacques Mandé Daguerre aperfeiçoou a heliografia (termo em referência ao uso da luz solar para obter a imagem), substituindo compostos químicos e reduzindo o tempo de revelação para minutos com o uso de vapor de mercúrio e tiossulfato de sódio, criando os daguerreótipos. Willian Henry Fox-Talbot, cientista inglês, usou o processo de Daguerre para aperfeiçoar suas próprias experiências com a câmara escura - criando os termos 'fotografia', 'negativo' e 'positivo'.
O ganho de cores
A primeira fotografia colorida permanente foi tirada em 1861 pelo físico James Clerk Maxwell.


Frederick Scott Archer foi o principal responsável pela popularização da fotografia. Essencialmente, ele concebeu o processo de revelação de fotos anterior ao do filme fotográfico, permitindo imagens bem mais nítidas que as feitas até então. Em 1853, cerca de 10 mil americanos já produziram três milhões de fotos, por exemplo.
Popularização doméstica
                                                                George Eastman, fundador Kodak, criou um filme de nitrato de celulose (celulóide)      que era colocado em uma máquina fotográfica. A partir de 1888, o filme era enrolado num carretel, e no final do processo, revelado na fábrica.


George Eastman, o fundador da Kodak, criou um filme de nitrato de celulose (o celulóide usado na época) que era colocado em uma máquina fotográfica, em 1888. O filme era enrolado num carretel, e no final do processo, o filme era enviado para a fábrica, onde era revelado. Com o slogan "Você aperta o botão e nós fazemos o resto", a fotografia chegou ao alcance de qualquer pessoa, sem conhecimentos de química para a revelação. Por acaso você sabia que o manuseio do filme fotográfico é que deu origem à expressão queimar o filme? Mal usado e exposto a luz externa, fora da máquina, o instrumento fica inutilizável. 
Analógico x digital
A primeira câmera digital lançada comercialmente foi a Dycam Model 1, em 1990, com capacidade de se conectar a um computador para transmitir as fotos.


A corrida espacial serviu de inspiração para a fotografia digital. Era impossível capturar com filmes fotos de sátelite sem que o rolo pudesse ser trazido à Terra para ser revelado. Era importante que a transmissão eliminasse o suporte físico. Depois de alguns protótipos nas décadas de 70, a primeira câmera eletrônica portátil, semelhante às atuais, surgiu em 1981. A comercialização das câmeras digitais começou apenas em 1986, com a Canon RC-701, cujo preço era praticamente inacessível, por cerca de US$ 20 mil, e tinha baixa qualidade das imagens.
Império digital
A partir de 1997, câmeras digitais domésticas oferecerm resoluções superiores a 1.0 MP. A qualidade de imagem e de armazamento cresce rápidamente também entre celulares e tablets - imagem de um iphone


A primeira câmera realmente digital, gravando imagens como arquivos reconhecidos no computador foi a Fuji DS-1P em 1988, com 16 MB de memória interna. E a primeira lançada comercialmente foi a Dycam Model 1, em 1990, com capacidade de se conectar a um PC ou Mac para transmitir as fotos. De lá pra cá, houve diversos aprimoramentos e tanto a capacidade de armazenamento (com cartões de memória) como a qualidade da imagem, chegam a padrões profissionais. Além disso, a telefonia também se apropriou da fotografia e boa parte dos celulares ou tablets tem ótimas câmeras.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

As fantásticas fotografias de infravermelhos



A fotografia de infravermelho é uma forma de conseguir imagens diferentes de objectos e cenas aparentemente vulgares e sem qualquer interesse. Baseada no facto de que existem diversos comprimentos de onda da luz, o infravermelho situa-se na gama não visível, não podendo ser captada pelos nossos olhos ou pelas películas e vulgares sensores fotográficos. Quando se fotografava com película, era então possível adquirir rolos de emulsão sensível somente a infravermelhos que, através da adaptação de um filtro à lente, permitia fotografar aquilo que era iluminado pela luz nesse comprimento de onda.


As imagens proporcionadas por este processo colocam-se entre as maravilhosas fotografias de HDR e antigos filmes de negativos, onde os tons inesperados e texturas acentuadas nos proporcionam visões invulgares e excepcionais. Algumas imagens do grupo de fotografia em infravermelho do Flickr.









quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O último amistoso


Roberto Freire (à esq.) ao lado de Álvaro Dias(Foto:Orlando Brito)

Pode não parecer, mas essa foto tem muito significado. Registra um momento importante da vida política do Brasil: o fim do bipartidarismo, implantado no País pelo Golpe de 1964. Foi a última peleja entre os parlamentares da ARENA e do MDB, partidos de apoio e de oposição aos governos militares. Brasília, 1979.

Como foi – O jornalista Sérgio Ros era diretor da extinta semanal Manchete e achou que distante do Congresso os políticos podiam ter um diálogo mais ameno e discussões menos acaloradas. Convidou deputados e senadores dos dois únicos partidos admitidos pela lei para uma partida de futebol no gramado da revista. Fotógrafo do Globo, não perdi a chance de registrar esse momento. Entraram em campo vários expoentes da política. Por exemplo, os jovens Roberto Freyre e Álvaro Dias atacando pelo MDB, que aparecem aí na foto.

Defendendo a ARENA, Paulo Lustosa, Carlos Wilson – recentemente falecido – e até o então ministro Jair Soares, da Previdência Social. Não me recordo do placar final do amistoso. Mas sei que poucos dias depois, quando a Emenda Constitucional número 25 permitiu a criação de novas agremiações partidárias, todos os “atletas” procuraram siglas agora permitidas. Uns mudaram para o novo PMDB ou para o PDS, a antiga ARENA. Outros para partidos criados com a volta dos exilados depois da anistia e a redemocratização do Brasil (Orlando Brito).

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Fotógrafo captura anfíbio escapando de cobra na Indonésia


Foto:Brizadly Arifin


O fotógrafo Brizadly Arifin ouviu o barulho emitido pelo animal e, quando foi verificar a origem do som, viu a cobra tentando comê-lo.

Arifin conta que a luta durou cerca de 20 minutos e foi tão feroz que a maioria das fotos que fez ficaram desfocadas.
Foto:Brizadly Arifin


Segundo o fotógrafo, o anfíbio parecia muito forte e lutava para se desvencilhar do ataque.
Depois de 20 minutos, a cobra finalmente desistiu e soltou a presa.

O hilídeo pulou para longe do arbusto, machucado e coberto de sangue.