quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Fotógrafo, profissão Ladrão

Foto:Henri Cartier-Bresson.Paris.1932

“Seja como for que encaremos, a fotografia é um roubo. É preciso agir sem pensar, pois o imprevisto não volta a acontecer. Ao sensibilizar suas primeiras películas, Cartier-Bresson toma consciência da violência de seu ato quando usa o homem como tema, e não apenas a natureza ou o mundo inanimado dos objetos. Como ele próprio é percebido ao apontar sua Leica a um transeunte? Apesar de sua discrição, rapidez e elegância naturais, como um olho de ciclope agressivo, que imediatamente despoja de tudo o que temos de mais íntimo. Passeando pela Avenue du Maine, ele vê através do vidro de um restaurante deserto um velho e pensativo burguês, de casaco, chapéu-coco e guarda chuva, ainda sentado, entregue aos próprios pensamentos, com o olhar perdido no vazio. Ao registrar esse desconcertante momento de verdade, ele se apodera autoritariamente de sua melancolia, de sua nostalgia, de seus sonhos — essa parte de sombra que gostaríamos alienável. Com que direito?” 

Pierre Assouline,em seu livro:Cartier-Bresson,o olhar do século

“Fotografar pessoas é violá-las, ao vê-las como elas nunca se vêem, ao ter delas um conhecimento que elas nunca podem ter; transforma as pessoas em objetos que podem ser simbolicamente possuídos.”

Susan Sontag,em seu livro:Sobre Fotografia

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