quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"A fotografia é a mais parcial das linguagens jornalísticas", analisa Sergio Ranalli

Foto:Sergio Ranalli

Apesar da idade, o fotógrafo paranaense Sergio Ranalli, 31, acumula uma série de experiências jornalísticas, prêmios e exposições nacionais e internacionais. Atualmente, é editor de fotografia do jornal Folha de Londrina e tem trabalhos publicados na Folha de S.Paulo e nas revistas Veja e Época.

Entre suas experiências, estão três idas para o Haiti (2008, 2010 e 2011), além da Amazônia, Antártica e Paraguai. Até embarque de submarino ele acompanhou. Apesar de considerar-se versátil, o que mais lhe empolga na profissão é captar o humano. "Com certeza, a natureza humana é a parte mais encantadora da fotografia, e isso é o que eu faço com muito prazer".
Foto:Sergio Ranalli


A faculdade de jornalismo foi concluída em 2004, mas desde 1999 Ranalli é reconhecido por sua competência. "Eu descobri primeiro a fotografia e só depois decidi buscar o jornalismo documental". Mesmo tendo adquirido conhecimento técnico por meio de cursos e especializações, para ele, a fotografia é vocacional. "É uma profissão por quem é apaixonado pelo que faz. Não adianta ter fotografia como fonte de renda, por que o retorno financeiro não é grande. Mas o resultado é compensador".
Foto:Sergio Ranalli


Perguntado sobre a influência do fotógrafo, no fato em que está registrando, ele é enfático: "A fotografia é a mais parcial das linguagens. Mais do que o texto, rádio e imagem. Quando um fotógrafo chega a determinado lugar, ele tem um pequeno retângulo para retratar o que está acontecendo". Ele acredita que se o ofício fosse técnica, somente, "após um grande fato viríamos nos jornais fotos parecidas, mas isso não é verdade; se tiverem 10 fotógrafos, cada um apresentará um ângulo diferenciado".
Foto:Sergio Ranalli


Mesmo que alguns questionem a intervenção ou não dos fotógrafos no local em que estão atuando, Ranalli avalia que, na maioria das vezes, ela não é boa. "Nós sempre vivemos esse dilema, principalmente quando vemos pessoa em sofrimento, mas, por exemplo, você nunca está sozinho. Em muitos casos, você vai fotografar acompanhado de soldados, policiais, bombeiros e uma intervenção pode até atrapalhar".

De suas experiências, o que mais lhe chama a atenção é o trabalho em lugares de extrema pobreza. "Mesmo em situações extremas, as pessoas conseguem ser felizes e valorizar coisas simples. Isso é uma grande lição para nós, que muitas vezes não valorizamos algumas coisas". Ranalli reforça que um dos principais elementos para um fotojornalista é a visão de mundo. "Somente ela pode contribuir para que seu trabalho seja bem feito".

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