segunda-feira, 19 de março de 2012

Marcas Passadas


Foto:Renan Rosa

Segundo o clássico ditado, “há males que vem para o bem”. Renan Rosa sentiu isso na pele. Não fossem problemas de saúde, talvez ele não tivesse virado fotógrafo. Pouco antes de assumir a câmera profissionalmente, Renan trabalhava com pintura abstrata e a fotografia estava em segundo plano. Mas o contato excessivo com produtos solventes e tintas em seu ateliê o fez trocar seus materiais de trabalho e passou a “fotografar até melhorar a saúde”. Funcionou, mas não voltou a pintar. Passou a se dedicar de fato aos cliques.
Foto:Renan Rosa


Começou a nova carreira em Buenos Aires, quando o editor da revista Marcopolo gostou de seu trabalho e pediu que fosse correspondente no Brasil. Era o início de suas andanças. Além da Argentina, percorreu cerca de 50 países, durante 12 anos de carreira. “Sempre gostei de retratar diferentes povos, suas culturas e tradições”, diz. Hoje, suas visões do mundo podem ser conferidas na exposição itinerante da Fiesp “O Flâneur da Babilônia” e ainda este ano também estarão disponíveis na mostra “O Olhar do Minotauro”. Além disso, Rosa recebeu convites para publicar um livro e expor suas fotos na Europa, como também há galerias brasileiras interessadas em sua obra.
Foto:Renan Rosa


Atualmente, seu trabalho é focado na realização de retratos de povos de países emergentes e em desenvolvimento, como Índia, China e alguns do Oriente Médio e África. Seu objetivo é transformar sua técnica e visão artística em sentimento. “Um retrato só pode ser bom quando existe conexão”, explica. Entre tantas viagens, resgates do passado e descobertas ao longo dos anos, o trabalho mais especial foi feito na Índia, visitada quatro vezes. “Sinto que a diversidade e a ancestralidade de cidades como Varanasi e Leh vêm de encontro com o que busco estética e fotojornalisticamente”, diz. Mesmo sem pincéis, Renan continua criando telas cheias de formas, cores e significados.

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