Edward Steichen na Segunda Guerra

Tripulação escuta os pilotos após vitória contra japoneses nas Ilhas Marshall

Em 1941, com 62 anos, famoso e com uma carreira notável, o fotógrafo Edward Steichen (1879-1973) largou o glamour da moda e foi fotografar a Segunda Guerra Mundial.

Tripulação em navio americano - 1943

Steichen é o que podemos chamar de mestre. Se notabilizou como um dos grandes nomes da fotografia mundial não apenas pela sua obra fotográfica. Junto com outro clássico, Alfred Stieglitz (1894-1946), fundou a publicação Camera Work (1903), a Gallery 291 (1905-1917), espaço em Nova York que apresentou alguns dos principais nomes da arte moderna aos americanos, e o Photo Secession, grupo de fotógrafos inspirados na “Secessão”, movimento artístico de Viena que empunhava a bandeira do anti-academicismo. Esses três eventos foram importantes não apenas para a consolidação da fotografia, mas para a arte de maneira geral, no começo do século 20.

Tripulação descansa em porta-aviões americanos - 1943

Steichen nasceu em Luxemburgo e cresceu nos Estados Unidos. Em 1923, tornou-se chefe de fotografia da editora Condé-Nast, ficando à frente de publicações como Vanity Fair e Vogue por quinze anos. Na Segunda Guerra Mundial, alistou-se por vontade própria e tornou-se diretor do departamento de fotografia da Marinha. Serviu no Pacífico, fotografando o conflito e o cotidiano da tropa. Em 1945, ganhou um Oscar com o documentário The Fighting Lady, sobre as batalhas aéreas.

Porta-avião americano - 1943

Aos 67 anos, ao retornar da Segunda Guerra, Steichen tornou-se diretor do departamento fotográfico do Museu de Arte moderna de Nova York, o MoMA. Seu trabalho curatorial foi emblemático e pioneiro nessa área. Foi o primeiro curador de fotografia da instituição e um dos seus grandes marcos foi a exposição Family of Man em 1955.

Soldados antes de desembarcar numa praia - 1945

Tripulante de navio americano com pedaços de pão - 1944

Grupos de Marinheiros durante a campanha no Pacífico

Marinheiro cumpre uma tradição da Marinha americana e mergulha no mar - 1945

Natal na época da 2ªGuerra Mundial

(Fotos:Autores Desconhecidos/Todos os Direitos Reservados)

Nova série da HBO acompanha fotógrafos em conflitos

A HBO anunciou na última terça-feira a produção de uma série documental, dirigida pelo cineasta Michael Mann, que acompanhará o trabalho de jovens fotógrafos em zonas de conflito do México, Brasil, Uganda e Líbia.

"Witness" ("testemunha") terá pelo menos quatro episódios, sendo o primeiro deles gravado na região de Ciudad Juarez, no México, fortemente afetada pela violência da "guerra às drogas".

Mann, diretor de filmes como "O Informante" e "Inimigos Públicos", terá a colaboração do diretor David Frankham. Mann recentemente dirigiu o piloto e é o produtor-executivo de "Luck", nova série da HBO.

"David Frankham e eu partilhamos da admiração pela fotografia de combate que captura o universal --e às vezes o indescritível-- em um único flagrante, em meio ao caos e ao perigo", disse Mann em nota.

Em abril, o fotógrafo e cineasta Tim Hetherington, indicado ao Oscar pelo documentário "Restrepo", foi morto na Líbia. Na semana passada, bombardeios das forças sírias na cidade de Homs causaram a morte do fotógrafo francês Remi Ochlik.

Prêmio de Fotografia traz pesquisadora a Belém

‘Sombras e Arte: Brasília ‘onírica’ e ‘barroca’ - a fotografia de Marcel Gautherot’ abre circuito de palestras desta terceira edição

Fomentar a formação e o conhecimento no âmbito das artes é uma das ideias que norteiam o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Com este objetivo, o projeto promove diferentes atividades voltadas à reflexão e o fazer fotográfico.

A programação da terceira edição do projeto tem início hoje, com a palestra “Sombras e Arte: Brasília ‘onírica’ e ‘barroca’ - a fotografia de Marcel Gautherot”, da doutora em História, Teoria e Crítica da Arte pela Escola de Comunicações e Artes da USP Heloisa Espada, coordenadora da área de artes visuais do Instituto Moreira Salles e integrante da comissão de seleção do Prêmio deste ano.

A palestra abordará a série de imagens do fotógrafo francês Marcel Gautherot sobre a capital federal. Entre o fim dos anos 1950 e o início dos 1960, ele viajou diversas vezes a Brasília, quase sempre a pedido de Oscar Niemeyer, para registrar o canteiro de obras e os primeiros anos da nova capital do Brasil. As sombras do título fazem referência à forma encontrada por Gautherot para contornar a dificuldade de fotografar os espaços monumentais da capital sob a luz tropical. Estas sombras se tornaram uma das principais características das imagens, traço que cria um resultado inusitado, pois as tornam muito semelhantes, do ponto de vista formal, às telas iniciais do pintor italiano Giorgio de Chirico.

A palestra abordará as razões de tais semelhanças, apresentando análises comparativas entre obras de Gautherot e De Chirico. Serão analisados depoimentos e referências artísticas de Oscar Niemeyer e textos de intelectuais, críticos e literatos que descrevem Brasília como uma paisagem “metafísica” ou “surrealista”, muitas vezes comparando a cidade com imagens de De Chirico.

O objetivo da palestra é propor uma nova interpretação das fotos de Gautherot, a partir do diálogo com esses diferentes discursos.

Ciclo de oficinas inicia com ‘Retratos Híbridos’ 

A próxima atividade do Prêmio Diário Contemporâneo será ministrada pelo fotógrafo e arte-educador, mestre em educação, Valério Silveira. Na oficina “Retratos Híbridos”, que acontecerá de 19 a 23 de março, os participantes serão orientados na produção de imagens a partir de foto-montagens geradas por duplas exposições feitas na própria câmera fotográfica ou pós-produzidas em programas gráficos. As inscrições serão abertas em breve. Além das palestras e oficinas, o Prêmio desenvolve ainda a ação educativa, que este ano levará alunos de escolas públicas e particulares para visitar as mostras do projeto com o acompanhamento de monitores. Instituições de ensino interessadas em participar já podem procurar o atendimento do Sistema Integrado de Museus pelo telefone 4009-8845.

PARTICIPE

Hoje, às 19h, no IAP, palestra “Sombras e Arte: Brasília ‘onírica’ e ‘barroca’ - a fotografia de Marcel Gautherot”, com Heloisa Espada, na programação do III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Entrada franca. O calendário completo das atividades do projeto está no site: www.diariocontemporaneo.

“Fazer jornalismo sério custa dinheiro, trabalho e tempo”, afirma fotojornalista

Foto:Dario Lopez  Mills

Jornalista de formação, Adriana Zehbrauskas pode ser considerada uma profissional do mundo. Logo depois de se formar, mudou-se para Paris, onde cursou linguística pela Universidade de Paris, em Sorbonne. Foi na capital mais romântica do mundo que Adriana se apaixonou pela fotografia, influenciada por grandes nomes como Cartier-Bresson, Brassai e Sebastiao Salgado. 

Residiu em Nova York e viajou o Brasil e o mundo como fotógrafa da Folha de S.Paulo, onde ficou até 2003. Em 2004, mudou-se para o México, lugar de onde faz seus cliques até hoje. Vencedora pela primeira vez do "Troféu Mulher IMPRENSA" na categoria repórter fotográfica de jornal ou revista, Adriana comprova que seu trabalho realmente ultrapassa fronteiras. "Fico muito feliz por esse reconhecimento no meu país, principalmente depois de estar fora há tantos anos"

IMPRENSA - Como você analisa o mercado do jornalismo e do fotojornalismo?

ADRIANA ZEHBRAUSKAS - O jornalismo, e aqui incluo o fotojornalismo obviamente, está passando por um momento muito crítico globalmente. A tecnologia, que por um lado nos ajuda, por outro prejudica os jornalistas profissionais em última instância. A própria sociedade se alimenta de conteúdo gerado muitas vezes por pessoas inexperientes, despreparadas e inconscientes das consequências, muitas vezes desastrosas, que uma matéria ou uma fotografia podem gerar.

IMPRENSA - Mas, a falta de um profissional capacitado é sentida?

Se o "citizen journalism" (termo para “jornalismo participativo”) é uma necessária faceta desse mercado, ele jamais poderá tomar o lugar do jornalismo sério e respeitoso, feito por pessoas comprometidas moral e eticamente com seu trabalho, suas fontes de informação e o público em geral.  Fazer jornalismo sério custa dinheiro, trabalho e tempo. E hoje mais do nunca, as empresas de comunicaçao devem continuar a mandar jornalistas a cobrir histórias e notícias, mesmo pesando o grande custo financeiro e, muitas vezes, emocional. É nossa missao expor o que nossos governos e exércitos fazem em nosso nome e um direito da populaçao saber.

IMPRENSA: Se tivesse que destacar prós e contras da profissão, quais seriam?

Os prós seriam ver a história acontecer com seus próprios olhos, conhecer todos os tipos de lugares e pessoas, a possibilidade de poder trabalhar em qualquer lugar do mundo. Os contras são nao ter hora ou dia para nada, carregar muito peso, alta competitividade e salários baixos.

IMPRENSA - Tem algum trabalho de grande projeção que você destacaria?

Fiz muitas matérias interessantes e que me deram certa projeçao, mas acredito que o que realmente me deu maior destaque foram meus projetos pessoais, ensaios desenvolvidos a partir da curiosidade pessoal em relaçao a alguns temas, como por exemplo, projeto sobre a fé no México e no Brasil (aprovado pelo Ministério da Cultura e atualmente e fase de captaçao de recursos para ser publicado pela Bei Editora em Sao Paulo) e “Tepito, Barrio Bravo”, que conta a história de um bairro central da Cidade do México e foi selecionando para o Transamérica PHotoEspaña  2012.

IMPRENSA - Você está participando de um filme. Como surgiu essa ideia e como você foi convidada?

O filme já está pronto e chama-se “Beyond Assignment”. Foi produzido pelo Knight Center for International Media e a Universidade de Miami. Conta a trajetória de três mulheres fotojornalistas que trabalham em projetos pessoais: eu no México, Mariella Furrer na África do Sul, e Gali Tibbon em Israel. O diretor estava buscando alguém da América Latina e chegou a mim através de recomendações. Naquele momento eu estava começando o projeto em Tepito e depois de conhecer o trabalho e de muitas conversas, ficou decidido que eu faria parte do documentário. A equipe entao veio para o México e me acompanhou durante uma semana.A estreia será em 10 de março no Festival de Cinema Internacional de Miami.

IMPRENSA - Quais os conselhos que você daria aos iniciantes na área?

Primeiro é preciso estar consciente de que a moeda do fotojornalismo é a credibilidade. Fotografe o que você vê e apresente o que você viu.  A manipulaçao de imagens, seja na forma (digital)  ou no conteúdo  (inventar situações, colocar coisas na cena que nao estavam lá etc.) é absolutamente proibido, pode custar a sua carreira, por em risco a credibilidade do meio de comunicao e da categoria como um todo. A diferença do fotojornalismo e da fotografia fine art (belas artes) é que, no segundo caso, o fotógrafo conta a sua própria história ao mundo, e no primeiro, o fotógrafo conta a história dos outros. Respeito e ética sao valores fundamentais para poder desenvolver o trabalho. Encontrar sua própria voz, ter muita curiosidade, paciência, perseverança e usar sapatos cômodos!

Foto errada na capa da "Time" gera pedido de desculpas aos leitores

A revista americana Time pediu desculpas aos leitores por uma fotografia publicada em um mosaico na capa de sua última edição. A foto devia retratar apenas "latinos", mas havia um rapaz de ascendência chinesa, norueguesa e irlandesa, Michael Schennum, que aparece no centro da fileira de cima, com o rosto parcialmente oculto pelo M do logotipo da revista. 

Na primeira edição na história da revista a trazer o título em espanhol, a reportagem “Yo decido” (Eu decido), mostrava como caberia ao eleitor latino escolher o próximo presidente dos EUA e trazia na capa fotos de vinte desses “votantes”. 

“Nós procuramos garantir que todos se identificassem como latinos, que fossem eleitores registrados e que estivesses dispostos a responder a nossas perguntas. Pedimos desculpas se houve um mal-entendido”, disse a publicação em nota oficial.

Schennum trabalha como fotógrafo do jornal Arizona Republic, é amigo da jornalista Michele Woo, que contou a história em seu blog no site “OC Weekly”, e disse que, durante a sessão de fotos, jamais lhe perguntaram se ele era latino. 151 pessoas foram fotografadas para aquela capa ao longo de três dias.

A fotografia de Carlinhos

A fotografia do menino Carlos Ramires da Costa, o "Carlinhos", sequestrado em 1973 e jamais encontrado.(Foto:Álbum de Família)

Esta fotografia do menino Carlos Ramires da Costa, o "Carlinhos" foi amplamente difundida no Brasil após seu sequestro no Rio de Janeiro em 1973, caso repleto de hipóteses e contradições não esclarecidas até os dias de hoje. Em 02 de agosto de 1973, no início da noite, um homem encapuzado e armado cortou a luz do prédio do número 1.700 da Rua Alice, no bairro de Santa Teresa, invadiu o imóvel e sequestrou o menino Carlos Ramires da Costa, de 10 anos. Carlinhos era um dos sete filhos da dona-de-casa Maria da Conceição Ramires da Costa e do industrial João Mello da Costa, proprietário da indústria farmacêutica Unilabor, em Duque de Caxias (RJ). Na época, o caso provocou enorme comoção em todo o Brasil. O menino jamais foi encontrado. Fica a pergunta: afinal, quem sequestrou Carlinhos?