A japonesa Fujifilm informou nesta segunda, 30, ter feito uma proposta de aliança com a Olympus, fabricante de equipamentos médicos e câmeras abalada por um escândalo e que tenta resolver suas dificuldades financeiras depois de revelar fraude contábil de US$ 1,7 bilhão.
A Olympus, que detém participação de 70% no mercado mundial de endoscópios para diagnóstico, viu uma severa desvalorização em seus ativos líquidos por conta do escândalo. Mas conta com o apoio de grandes acionistas japoneses, que preferem trazer um novo sócio para capitalizar a empresa em vez de vendê-la ou se desfazer de parte de seus ativos.
“Nós nos vemos como o melhor parceiro para uma aliança de negócios que permitiria manter competitividade mundial e contribuiria para o desenvolvimento geral do setor médico”, disse Shigehiro Nakajima, diretor da Fujifilm, em entrevista coletiva. Ele acrescentou que a Fujifilm tem conhecimento da principal área de negócios da Olympus, os endoscópios.
O lucro operacional da Fujifilm no trimestre encerrado em dezembro foi de 26,5 bilhões de ienes (US$ 345 milhões), abaixo da projeção média de 37,5 bilhões de ienes apresentada por quatro analistas.
Analistas disseram que uma aliança entre a Olympus e a Fujifilm, que detém cerca de 15% do mercado mundial de endoscópios para diagnóstico, poderia ser prejudicada pelas leis antitruste japonesas.
Mas Nakajima, que disse que sua empresa vê sinergia entre os endoscópios da Olympus e os sistemas de informática e tecnologias de raios-X da Fujifilm, acrescentou que existiam áreas em que as duas rivais poderiam cooperar sem violar as normas antitruste.
A Fujifilm apresentou sua proposta por meio do assessor financeiro da Olympus, a Nikko SMBC, disse o executivo, que se recusou a comentar sobre a estrutura societária de um potencial acordo.
A Terumo, fabricante de equipamentos médicos, também anunciou na segunda-feira que quer reforçar a relação com a Olympus, e que há diversas propostas para isso.
Mas a Terumo, que já é pequena acionista na Olympus, não informou se pretende elevar seu capital na empresa.
Shuichu Takayama, presidente da Olympus, disse que decisões sobre alianças devem ser tomadas pelo novo comando executivo da companhia, que assumirá em abril.
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