Há dois anos, um carro foi encontrado queimado na zona rural do município de Serra do Mel, cidade distante 50km de Mossoró. Dentro do veículo havia os restos mortais de um ser humano. O carro foi identificado e foi a partir dele que a polícia descobriu que a vítima era o fotógrafo Elieber Santos da Costa. Já se passaram dois anos de um assassinato que foi cometido com requintes de crueldade e a polícia não apresentou respostas para o caso, que continua misterioso.
Na época do crime, inúmeras possibilidades foram levantadas pela polícia. Falava-se numa morte por vingança que teria sido cometida por algum marido traído, uma morte motivada por dívida, além de várias outras versões que surgiram para explicar o crime. Nenhuma delas, no entanto, justificava a forma como o crime foi cometido. Os restos mortais da vítima foram levados pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) para que fosse feita a confirmação oficial de sua identidade, através de exame de DNA. A confirmação que o corpo era de Elieber veio meses depois.
Nesses dois anos, o caso passou pelas mãos de vários delegados diferentes e nenhum deles conseguiu avançar. O último foi Márcio Lemos, que respondia pela Polícia Civil em Serra do Mel, além de acumular a função de delegado em outras delegacias da região. Hoje, o caso está “sem delegado”. O inquérito foi encaminhado à Delegacia Especializada em Homicídios (DEHOM) de Mossoró para ser analisado, segundo o delegado regional de Mossoró, Claiton Pinho. “Pedimos ao doutor Roberto Moura (da Dehom) para estu-dar o inquérito e ver o que é possível ser feito”, explicou.
A intenção, segundo Claiton Pinho, é nomear o delegado responsável pela DP de Homicídios em caráter especial para dar uma resposta ao caso que se arrasta há 24 meses. A intenção é boa, mas Claiton reconhece que ainda não há uma definição quanto a isso. Caso o delegado Roberto Moura não consiga dar prosseguimento à investigação, o inquérito voltará novamente às mãos da equipe da Polícia Civil de Serra do Mel. Confirmando-se essa possibilidade, é possível que continue esquecido. Por outro lado, é provável que Roberto Moura não tenha como dar atenção especial ao caso.
A Dehom foi inaugurada há cerca de dois meses e já acumula mais de 20 assassinatos para ser investigados. Apenas uma pequena parcela deles foi elucidada – os mais fáceis. A demanda de crimes tem sido tão alta que Roberto Moura avisou recentemente que não iria investigar as tentativas de homicídio. Neste caso, as equipes da Primeira e Segunda Delegacia de Polícia Civil, situadas no Alto de São Manoel (zona leste) e Nova Betânia (norte), ficam com a responsabilidade para desafogar a especializada. As duas, aliás, investigavam os homicídios da cidade até a inauguração da Homicídios.
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